domingo, 28 de dezembro de 2008

Nossos Risos (Poesia)


Não deveriam ser risos?

O abraçar de duas almas,
Uma toada fascinante,
A calma de uma pousada,
Um impulso aliciante.

Fico procurando indícios,
Os pedaços que sumiram,
Perseguindo os vestígios,
As alegrias que partiram.

Por quantas enseadas mais,
Quais caminhos enveredar,
Descobrir enfim nossa paz,
E reviver o prazer de amar.

Seu rosto guarda respostas,
Seu olhar, novas perguntas,
No sorriso encontro a ajuda,
A força de manter a procura.

Silêncio, dor, distância,
Imensidão e esperança,
O vento carrega o desejo,
A chuva refaz o desterro.

Velas ternamente guardadas,
Sophias apoiadas num abraço,
Fotos de histórias adornadas,
Cedinho luzindo ao mormaço.

Afinal, não devem ser risos?


Estendo minha mão,
Beijo a sua imagem,
Tento daqui te tocar,
Delineio tal viagem.

O contato é sempre mágico,
Como o céu beijando o mar,
Lábios úmidos e tão cálidos,
Eternizando o nosso gostar.

Entregues fechamos os olhos,
Abraçados detivemos o tempo,
A noite veio repleta de sonhos,
Achamos juntos o firmamento.

Minha alma chora largada,
Teu coração procura o meu,
Qualquer trajeto é estrada,
À benção que Deus nos deu.

Onde procuro, onde te chamo,
Te mostro o Sol, aponta a Lua,
Subindo no tapete de estrelas,
Alcançamos juntos as alturas.

Se viver não são apenas sonhos,
Menos ainda, anseios desfeitos,
Além de casualidade ou destino,
A escolha se descobre sorrindo.

Logo serão apenas nossos risos.