Gosto de brincar com as palavras.
De misturar as suas letras, como se todas fossem um anagrama, procurando formar novas. Ou de suprimir ou acrescentar uma qualquer, mudando-lhes inteiramente o sentido.
Há pouco tempo me sugeriram que escrevesse alguma coisa sobre o tema DESTINO. Antes de pensar no significado, reparei que um “A” estrategicamente colocado transforma essa palavra em DESATINO.
Quantos desatinos já foram justificados como coisa do destino? Sorte ou azar, premeditação ou casualidade, o destino é como um camaleão que assume várias formas, de acordo com nossa conveniência. Tive um colega de faculdade que era a própria irresponsabilidade em pessoa, embora nunca se considerasse como tal. Ao explicar as bobagens que cometia, após explorar ao máximo o ditado “errar é humano”, voltou-se ao destino como explicação de seus desatinos. Isso mais do que um consolo mostrou-se um cartão de crédito ou cheque em branco para continuar fazendo das suas.
Fico pensando que, muitas vezes, o destino se esconde quando mais precisamos dele. Ao mesmo tempo, surge a percepção de que talvez essa idéia não passe de uma ilusão de ótica. Seu mimetismo se exarceba ou o olhar que lançamos ao redor é míope? Pode estar bem na nossa frente, dando um close em nosso rosto, e nada de o percebermos. Afinal, necessitamos mesmo dele para detectarmos o mal que determinado sentimento nos causa? Ou quanto uma pessoa devia merecer toda a indiferença do mundo? O saldo bancário no vermelho, a pilha de contas a pagar, as decisões cruciais adiadas, as informações sonegadas, as mentiras de ocasião, uma paixão na hora errada... Desatino ou destino? Quando acrescentamos ou retiramos o “A”?
O destino mágico que fez com que Ana conhecesse Bruno, que conhecia Carla, que conheceu Douglas, que conhecia Estela, que conheceu Fernando, cujo desatino temerário não lhe permitiu conhecer um dia alguém...
Um ano velho se encerra. Seria um ótimo momento para sepultar o DESTINO e o DESATINO, deixando a letra “A” encarregada de iniciar o amor, a amizade e o afeto. E nós cuidando enfim do livre arbítrio, sem tolas expectativas ou frágeis justificativas.
FELIZ 2008 PARA TODOS.
De misturar as suas letras, como se todas fossem um anagrama, procurando formar novas. Ou de suprimir ou acrescentar uma qualquer, mudando-lhes inteiramente o sentido.
Há pouco tempo me sugeriram que escrevesse alguma coisa sobre o tema DESTINO. Antes de pensar no significado, reparei que um “A” estrategicamente colocado transforma essa palavra em DESATINO.
Quantos desatinos já foram justificados como coisa do destino? Sorte ou azar, premeditação ou casualidade, o destino é como um camaleão que assume várias formas, de acordo com nossa conveniência. Tive um colega de faculdade que era a própria irresponsabilidade em pessoa, embora nunca se considerasse como tal. Ao explicar as bobagens que cometia, após explorar ao máximo o ditado “errar é humano”, voltou-se ao destino como explicação de seus desatinos. Isso mais do que um consolo mostrou-se um cartão de crédito ou cheque em branco para continuar fazendo das suas.
Fico pensando que, muitas vezes, o destino se esconde quando mais precisamos dele. Ao mesmo tempo, surge a percepção de que talvez essa idéia não passe de uma ilusão de ótica. Seu mimetismo se exarceba ou o olhar que lançamos ao redor é míope? Pode estar bem na nossa frente, dando um close em nosso rosto, e nada de o percebermos. Afinal, necessitamos mesmo dele para detectarmos o mal que determinado sentimento nos causa? Ou quanto uma pessoa devia merecer toda a indiferença do mundo? O saldo bancário no vermelho, a pilha de contas a pagar, as decisões cruciais adiadas, as informações sonegadas, as mentiras de ocasião, uma paixão na hora errada... Desatino ou destino? Quando acrescentamos ou retiramos o “A”?
O destino mágico que fez com que Ana conhecesse Bruno, que conhecia Carla, que conheceu Douglas, que conhecia Estela, que conheceu Fernando, cujo desatino temerário não lhe permitiu conhecer um dia alguém...
Um ano velho se encerra. Seria um ótimo momento para sepultar o DESTINO e o DESATINO, deixando a letra “A” encarregada de iniciar o amor, a amizade e o afeto. E nós cuidando enfim do livre arbítrio, sem tolas expectativas ou frágeis justificativas.
FELIZ 2008 PARA TODOS.