sábado, 22 de agosto de 2009

Rimas Cúmplices (Poesia)



Nessa janela que se faz de espelho,
Vejo teu rosto pleno e sorridente,
Mergulho inteiro, vivo e contente,
Pois no reflexo também me revelo.

Se toda linha desenhada na natureza,
Fosse uma rota para encontrar você,
As seguiria, com disposição e certeza,
Colocando meu coração a tua mercê.

Não é como renunciar a mim,
Mas o mágico complemento em ti,
Ou esperar milagre nesse fim,
Porém cantar o amor em sol, lá, si.

Você me ofereceu o começo,
Um futuro rico em frutos,
Te devolvo nosso recomeço,
A vida eterna nessa terra.

Emudecidos e umedecidos,
No ardor desta louca paixão,
Fazendo do desejo o tecido,
Que nos imuniza da solidão.

Quero seu sexo, receba o meu,
Misture sua pele então na minha,
Ao redor, os corpos em revolta,
Na busca onde cada um se aninha.

E mesmo que o tempo sempre pare,
Cada segundo sendo um presente,
Um dia enfim não haverá despedida,
O olhar não será do outro ausente.

Encontro e reencontro juntos num só,
Qual a poesia que extrai fluida de mim,
Sabendo que te doando jamais a perco,
O meu verso voltando de ti em reverso.


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