segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Como, Onde e Quando?

Para que essa incessante impressão de perseguir a própria sombra?
Ou de descobrir um amanhecer mais bonito, um ideal superior aos outros, uma crença que responda todas as perguntas?
Por que acompanhar as tendências da moda, o interesse pelas últimas novidades cirúrgicas, a análise do software inovador?
Pode ser que exista muita vida lá fora. Mas tem mais ainda dentro de nós. Uma alma radiante, um coração pulsante, uma mente inquieta. A usina dos sonhos de todos nós. Devia haver uma lei que respeitasse tudo isso. Pois a lei natural parece estar sendo esmagada, esquecida.
O Pai nosso de cada dia, a Ave Maria, o Salve Rainha.
Confessar abertamente os medos, comungar os vacilos, penitenciar compartilhando o segredo. O ônibus e suas paradas, a orla marítima e as gaivotas, os golfinhos e seu canto. O riso que afugentou tudo, o sorriso que descortinou tanto, as mãos que enfim se reconheceram. Nada será como antes, amanhã ou depois de amanhã... Será?
O nó na garganta, o choro aprisionado no peito, o cansaço no olhar. O organismo violentamente invadido, os tecidos mais depauperados, o sangue se agüando. A vontade de falar e não conseguir, o desejo de esconder e apenas fracassar.
Não existem memórias que superem as experiências. São meros retratos pálidos, ansiando por cores. Quadros implorando por uma moldura. Representações aflitas atrás de um espaço livre onde serem penduradas. E tanta existência aí dentro, dialogando com o tempo que, como a justiça, é cego.
Não o tornemos também surdo e mudo.

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