sexta-feira, 28 de março de 2008

O Anel Que Tu Me Destes (4a. Parte)


O clima ficou pesado na Maison Léclair, após Cris, na sua condição de Chefe de Investigações, encerrar o seu relato. A busca no terreno baldio havia sido infrutífera e o espetacular anel, a esta altura, se encontrava distante, nas mãos de um ladrão anônimo.
- O caminho agora é colocar nosso departamento analisando as fichas criminais, buscando uma identificação precisa através do perfil da ocorrência: habilidade, impulso, frieza, áreas de atuação, etc. Além disso espalharemos a rede de informantes concentrada no mercado de receptação de jóias. Ele não terá vida fácil em se livrar do produto.
- Nós que não teremos vida fácil, Chefe Cris – retrucou Goldstein, trêmulo e visivelmente abatido. – Encontrar a peça impediria tantos transtornos que virão aos envolvidos e interessados.
- Não podem chegar a um acordo? Resolver numa conciliação?
- Existe um conflito de interesses. A seguradora denunciará de saída o aspecto pouco ortodoxo da transação. Acusará o estabelecimento de irresponsabilidade comercial irrestrita. Nossa empresa exigirá o reparo do senhor Bartholomée e este se defenderá alegando que não recebeu a segurança necessária nas instalações da Maison. Sem falar que poderia até desistir da transação. Pierre tem direito de alegar isso. Todos têm direitos na história. Resta saber sobre quem recairão os deveres, as obrigações.
- A despeito das tentativas múltiplas – ressaltou Bartholomée – tudo se processará exatamente como Davi acabou de descrever. A seguradora empurrará a primeira pedra da fileira de dominós, iniciando uma reação jurídica em cadeia. Muito desagradável.
- Serei a pedra dianteira na queda – lastimou-se o gerente.
- O que no momento presente seria bastante inconveniente, certo? – comentou Peter.
- Não entendi... O que insinua?
- Apenas imaginei que, na luta pela sobrevivência, cheio de contas e compromissos a saldar, despesas diversas, perder o emprego seria um golpe duro de absorver...
- Como para qualquer cidadão comum que trabalha e depende integralmente do salário que recebe, senhor Schmoll – retrucou friamente Goldstein, evidenciando que não o chamaria mais de Peter por muito tempo.
- Desculpe meu comentário então. Mas não consigo mesmo vê-los como “pessoas comuns”. Talvez eu, Cris, Leo e o Chefe de Segurança ali no canto sejamos meros tipos banais. Quanto ao distinto casal Bartholomée, o senhor e mesmo seu reservado auxiliar me parecem gente de outra categoria.
- Manera, Peter – sussurrou-lhe Cris. – A tarefa acabou, esquece...
Estavam todos acomodados na sala de estar. De um lado, como numa arena, os “seres superiores”: o sofisticado gerente Davi Goldstein, o calado assistente sem nome, o emérito advogado Pierre Bartholomée e sua devotada esposa que, ainda de compressa ajustada na cabeça, melhorara e viera se juntar à reunião. Do lado oposto da contenda, a “raia miúda”: o infatigável pesquisador de temas mundanos Leo, o persistente Chefe de Investigações Cris e Peter Schmoll. Ao fundo, em pé, sem desfrutar do conforto das maravilhosas poltronas Berger originais, o confiável Chefe de Segurança da Maison Léclair.
- Ao que parece, Peter, deseja caracterizar uma luta de classes aqui – apazigou Bartholomée, tentando conferir uma pitada de humor ao comentário. – Posso lhe garantir que, a despeito do que galguei na minha atividade, sou alguém comum, que trata todos igualmente. Qualquer empregado ou subordinado meu atestará isso.
- Contudo é justamente você quem me intriga, senhor Bartholomée.
- Como, Peter? – surpreendeu-se. – O normal seria o contrário! Por que o intrigaria?
Peter levantou-se e começou a perambular no meio do largo círculo de poltronas.
- Trinta minutos atrás eu e meus colegas estávamos sentados numa tal Birosca do Lucas, em frente ao fatídico terreno baldio. Um lugar de gente abaixo do comum. Vocês não passariam na porta, embora confesse que se pudesse também evitaria. No momento exato que concluímos que o anel não seria achado ali, uma coisa curiosa ocorreu. O esforçado sargento que liderava a equipe de busca veio falar conosco, implorando permissão de tirarem a camisa. O sol abrasante os estava cozinhando vivos. Foi impossível conter o pensamento: “gente comum sente calor e transpira”.
Ele captara a atenção da audiência, se tornara o centro das atenções, alimento perfeito do seu ego insaciável e mente brilhante. Porém onde pretendia chegar nem seus parceiros conseguiam perceber.
- Todos sofrem nesta temperatura - gracejou Bartholomée.
- Será? Então por que o senhor saiu de casa hoje com esse pesado sobretudo, um casacão típico de clima europeu? Se resolveu trajá-lo, não deve suar...
Pierre Bartholomée empalideceu. A experiência em tribunais porém o ensinara a recompor-se numa fração de segundo.
- Poderia dar-lhe inúmeras razões de me vestir assim. Devo?
- Não – concordou Peter. – Nada o obriga a prestar-me explicações.
- Então estamos sintonizados.
- Em contrapartida - emendou Peter – nada também me impede de contar-lhes uma história incrível.
Peter serviu-se de suco de laranja e esvaziou o copo num gole.
- O ponto nebuloso desse caso foram as circunstâncias do roubo. A principio, a pior conjunção havia se formado: um golpe de ocasião, regido por sorte e casualidade, sem premeditação, realizado por um profissional competente e frio. A receita do crime perfeito, senhores, praticamente impossível de desvendar. Houve um raio na escuridão contudo: para escapar à perseguição, o ladrão se livrara dos objetos atirando-os num terreno baldio. Como a mercadoria era muito mais importante do que pegar o criminoso, conforme deixaram claro, os esforços foram concentrados em recuperá-la. O larápio, imune às descrições ou detalhes, que sumisse nas trevas e fosse procurado pela polícia.
Havia expectativa no ar, apesar do resumo até então não apresentar novidades.
- No entanto o anel não ficou no terreno baldio. Somente a carteira.
- Claro, Peter – admitiu Cris. – Uma dedução perspicaz da sua parte. Por isso os ânimos aqui afloraram. O sumiço da jóia frusta alguns e preocupa outros.
- Mas a pérola South Sea não sumiu, Cris. Ela está mais próxima do que supõe.
A estimada audiência de Peter Schmoll explodiu. Somente a senhora Bartholomée, ainda sofrendo os resquícios da fortíssima enxaqueca, permaneceu observando impassível. Aqueles que não se engasgaram com a bebida logo demonstraram toda a sua indignação, incluindo o apático assistente do gerente.
- O que pensa, senhor Schmoll? Sua fama não lhe dá certas liberdades!
- Insinua que acobertamos o roubo?
- Exijo que se retrate ou responderá um processo!
Era difícil especificar na balbúrdia quem protestava o quê. Os gritos se confundiam, a algazarra generalizara. Cris tentava acalmá-los, secundado por Leo e o segurança. Peter limitou-se a cruzar os braços e aguardar o término da manifestação.
- Não disse que acobertaram o roubo - prosseguiu, alguns minutos depois. – Até porque, no sentido que imaginamos, o roubo nunca aconteceu.
- Peter, a coisa está meio confusa, amigo...
- Vai clarear, Cris... Prometo. Milagres ocorrem.
- Espero.
- A caixa com o anel de pérola permaneceu o tempo todo no bolso estreito e fundo do casacão do senhor Pierre Bartholomée.
- Não entende que eu teria notado isso, Peter? – contemporizou o advogado. – O primeiro gesto que se faz após perceber um roubo é verificar o conteúdo do bolso.
- Ninguém mexeu no seu bolso, senhor Bartholomée... Esperem! Antes do novo ataque, vamos fazer um trato? Explico tudo e depois me processam, OK?
A exaltação caminhava de mãos dadas com a curiosidade e Peter conseguiu a trégua provisória solicitada.
- Continuando... Nada foi retirado do bolso do senhor Bartholomée, sequer a carteira.
- Ai, Peter! – interrompeu Cris. – A carteira foi logo encontrada no terreno baldio. O que diz não tem sentido!
- Esta parte é pura verdade. Mas não foi surrupiada dele. Chegou até lá tendo sido entregue de antemão ao gatuno, espontâneamente.
- E por que ele daria a carteira ao ladrão?
- Porque o esquema foi todo arquitetado pelo senhor Bartholomée. O batedor não passava de um cúmplice na tramóia.
Pierre Bartholomée encarou Peter Schmoll duramente.
- Não sabe com quem trata, jovem. Várias testemunhas escutaram tal descalabro. Terá de provar isso cabalmente ou assistir seu mundinho desmoronar, seu cretino.
- Aceito o ônus da prova, senhor Bartholomée... Há algum tempo se encontra totalmente falido, quebrado. Como dilapidou sua fortuna, sequer imagino. Todavia se algum fuçador, ou mesmo através de medida judicial, quebrar seu sigilo bancário encontrará sua conta no vermelho. Toda aquela conversa que não usa Internet em transações ou evita sair com cartões de crédito e talão de cheques disfarça uma explicação convencional: eles estão bloqueados por falta de fundos, estouraram os limites há tempos. Somente suas relações, como me recordou agora, ainda resguardam sua delicada situação financeira.
- Senhor Schmoll – interrompeu o gerente. – Como assim? Amanhã ele seria obrigado a realizar uma polpuda transferência bancária na agência, quitando o anel de pérola.
- Por que faria, senhor Goldstein? Ele sabia que a jóia seria “roubada” hoje. O que se seguiria seria uma longuíssima batalha judicial pela responsabilidade do prejuízo.
- E o que ele ganharia com isso? – insistiu.
- Não sei se ganharia. Porém certamente não perderia.
- Ora...
- Raciocinem comigo... Ele desvia o anel através de uma simulação. Começa um intrincado jogo de empurra sobre quem deverá arcar com o prejuízo. A vítima óbvia acaba sendo a seguradora. Em segundo lugar, seria a Maison Léclair. E por último ele.
- Sim – contestou Cris. – Mas se a justiça decidisse que fosse obrigado a pagar?
- Aí que está! Ele não perderia em hipótese alguma! Venderia o anel no mercado negro e ressarciria o estabelecimento. A Maison Léclair seria indenizada com a rápida negociação de seu próprio patrimônio. Genial, na verdade! E aqui entre nós... Com sua influência no sistema judiciário, conforme me ameaçou, acumulando amigos entre juízes e desembargadores, acreditam que não venceria nos tribunais?
Todos olharam na direção de Pierre Bartholomée que, de mãos dadas com a esposa, não demonstrava o menor constrangimento.
- E quais os detalhes do meu plano diabólico, Peter? Precisará deles na corte.
- Tenho todos esclarecidos, senhor. Antes de se deslocar à joalheria, entregou sua carteira ao cúmplice. Ele não necessitará de nenhuma habilidade especial na encenação. Aguardará de tocaia atrás do poste. Deve se tratar de um sujeito esguio, fácil de permanecer camuflado. Depois, no instante em questão, fingirá que esticou sua mão para limpar um figurão. Fará simplesmente uma mímica, uma performance, autenticada por seus gritos desesperados quando passar correndo, dando veracidade ao roubo. O fato de ser num domingo facilitaria tudo: ausência de movimento e de transeuntes inconvenientes. O pormenor do casacão foi brilhante. O bolso é tão profundo, o tecido tão grosso, que ninguém percebe se algo está ou não em seu interior. Coloque agora mesmo um cinzeiro dentro e não se constatará uma alteração no volume. O tempo todo não trazia a carteira e manteve o anel consigo. Sabia que jamais seria revistado pelo segurança de plantão. É Pierre Bartholomée, afinal...
Embora sem apresentar ainda uma única comprovação definitiva, o raciocínio de Peter começava a fazer sentido aos demais.
- Houve um lance fortuito, bafejado pela sorte. Quando em meio à perseguição inesperada, por afobação e pânico, o cúmplice se livrou do que carregava, que era unicamente a carteira. Isso embaralhou toda a investigação e auxiliou involuntariamente ao estratagema. Gastamos um tempo enorme e precioso procurando algo onde não se encontrava, embora a ilusão de ótica confirmasse o contrário. Mas felizmente, como disse, as pessoas comuns transpiram no calor...
- Sensacional, Peter! – aplaudiu Bartholomée, irônicamente. – Uma perfeita conjectura de fatos circunstanciais. A Justiça não costuma se deixar seduzir por anedotas bem contadas. Falta materialidade na sua engenhosa dissertação. Precisaria me flagrar na posse do anel para comprovar tamanha ficção. Quer revistar-me? Fez isso mais cedo, inclusive, ao examinar o grau de dificuldade enfrentado pelo ladrão. O próprio Chefe Cris também, por questão de rotina. Não me opus. E nada suspeito encontraram em meu poder.
- Acredito que a jóia não esteja escondida no senhor.
- Então seu caso naufraga antes de zarpar... Nos veremos na corte, detetive.
- Um momento, senhor Bartholomée. Faz alguma restrição numa última revista?
- De jeito nenhum. Poderá dizer qualquer coisa, menos que neguei colaboração.
Ele se aproximou de Peter e ergueu os braços, facilitando o acesso aos bolsos. No entanto, para surpresa geral, o famoso detetive o contornou e se aproximou da senhora Bartholomée.
- Peço permissão de revistá-la, Madame.
- Mas que ultraje! – protestou em uníssono o ilustre casal.
- Não desejam mais colaborar? Posso embasar melhor minha petição, meu honrado adversário. Após o incidente, a senhora Bartholomée, traumatizada, teve um violento aumento de pressão arterial, seguido de uma terrível enxaqueca. Normal, às vezes sofro disso também. O dedicado marido, que escapara da revista do segurança sendo quem é, e ainda não passara pela rotineira de Cris, acompanha a esposa na sala ao lado, para aplicar-lhe um estranho cataplasma.
- Não seja ridículo, meu jovem – enfim pronunciou-se ela. – Quanto disparate!
- Quem sofre de enxaqueca ou cefaléia, mesmo de uma corriqueira dor de cabeça, não suporta a menor pressão em torno das têmporas e da fronte. Porque isso prende a circulação, o que aumenta muito o desconforto. E nosso carinhoso cônjuge caprichou ao prender essa compressa gelada. Nunca vi algo tão apertado e justo assim, me ofereci para afrouxar, inclusive.
- Gosto desse modo, rapaz. Está querendo enxergar coisas onde não há – fuzilou a senhora Bartholomée, inteiramente despida da doçura que Peter conhecera.
- Não creio nisso. Ou gente incomum tem mesmo reações orgânicas diferentes? A lógica continua simples: isolados, preparando um autêntico torniquete, Monsieur escondeu o anel na nuca de Madame, protegendo-o com a bandagem firme da compressa. A caixa original misturaram com outras vazias e idênticas, estocadas numa prateleira do aposento. Dispunham de tempo mais do que suficiente. A agitação se concentrava na outra parte do estabelecimento, onde o gerente, seu assistente e o segurança tomavam as providências emergenciais a respeito do desaparecimento da jóia. São cúmplices em tudo, no amor e no crime.
Antes que começassem as novas ameaças, Peter, habilidosamente, posicionou-se e puxou num irresistível impulso o nó posterior do cataplasma, que desmanchou-se e fez rolar pela grossa braçadeira da poltrona o deslumbrante brilho dourado do anel de pérola South Sea, flanqueado por seus puríssimos e minúsculos diamantes.
Peter tratou de juntá-lo e, num gesto solene, aproximou-se do trêmulo David Goldstein, que tinha os olhos marejados e denotava ter remoçado vinte anos.
- Aqui está, senhor. A garantia do seu emprego e o fim precoce da guerra jurídica.
- Obrigado, Peter! - desmanchou-se o gerente, demonstrando nessa gratidão uma amizade duradoura.
Voltando-se à lívida e agora claudicante senhora Bartholomée, Peter Schmoll reconheceu:
- Que belíssimo desempenho, Madame. Lamento não tê-la assistido nos palcos, no auge da sua carreira e energia. Como disse, o vírus da representação nunca se perde. Quanta doçura, quanto medo, quanta nostalgia amorosa ao cantarolar “o anel que tu me destes”. Tornou o caso mais interessante, senhora, porém não infalível.
Cris estava, ao contrário de Leo, totalmente estupefato com o inusitado desenrolar dos acontecimentos. Sem falar no destrinchar perfeito conduzido por Peter. Disposto a não deixar a peteca cair ou dar o braço a torcer, desafiou o colega:
- Por que não arremata a obra e me indica onde encontrar o falso ladrão?
- Procure pelo motorista do casal. Aquele que por bondade do patrão teve a folga dominical restaurada. Utilizar o táxi não foi casualidade. E vai constatar que as tais atividades esportivas às quais o cara se dedica são corridas de média distância. Velocidade e resistência equilibradas. Um tipo atlético, em forma, capaz de disparar e sumir de vista. Outro toque de mestre desse esquema, não há dúvida. Tipicamente feminino... – encerrou, olhando de soslaio na direção do Chefe de Segurança, que percebeu a menção e piscou-lhe de maneira imperceptível aos demais.
A linha, a fleugma e o orgulho do casal Bartholomée desaparecera. Sua expressão disparava os maiores impropérios mudos contra Peter Schmoll, que habilmente desbaratara seu plano perfeito. Cris tratou de convocar os dois policiais que aguardavam na sua viatura estacionada defronte à Maison, no ponto exato onde horas antes se iniciara o fracassado embuste. Deu intruções particulares aos dois e logo o distinto casal Bartholomée saiu conduzido à Delegacia Central, ostentando ambos uma jóia sem a marca de qualidade de Léclair: um par de algemas meio enferrujado.
- Inacreditável – murmurou o gerente. – Os modelares Bartholomée se tornando ladrões.
- A decadência definitiva das linhagens – abriu a boca, pela primeira vez, o assistente.
- A imprensa terá um prato cheio – sentenciou Leo.
- Ele alegará sem rodeios que precisava de dinheiro? Ou adotará o sentimentalismo, alegando que a vontade de presentear a esposa o cegou? - ponderou Cris.
- Tal justificativa desmorona inteiramente na participação da mulher no planejamento. Entretanto, a velha raposa jurídica se pronunciará de acordo com o tribunal que o julgar - explicou Peter.
- Notável! - exclamou Cris.
- O aspecto notável, na verdade, é que mesmo em casos que não participo meu índice de sucesso permanece nos cem por cento – congratulou-se Peter. - Mereço dormir como um anjo.
Pela reação imediata de todos, o casal Bartholomée teve, ao menos, uma pequena vingança.


FINAL

3 comentários:

Eneida disse...

Muito bom!

Eneida disse...

Fez lembrar Simenon.

Madalena Gatto disse...

Muito bom Roberto! Criativa e engenhosa sua solução, aliás do detetive Peter, rsss...