domingo, 16 de março de 2008

Vidas Amargas, Medos Difusos


Onde estará o sol que nós aquecia?
Guardado, esperando o momento,
Brilhando longínqüo qual incenso,
Abençoando este futuro de alegria.

As certezas por nós são construídas,
Na atração irresistível dos desejos,
Na força carinhosa de doces beijos,
No abraço protetor que a faz querida.

Procuro sempre tua face na neblina,
Nas brumas do tempo, se escondida,
Se na pousada vejo um sorriso de menina,
Na morada descubro o encanto da mulher.

Tantas noites a dois, tantas histórias,
Tateando juntos longas madrugadas,
Ao amanhecer, o renascer em glória,
De corações servis destas cavalgadas.

Outros desafios, antigos segredos,
No toque mútuo o valor da alforria,
O prazer de propor novos enigmas,
O pacto de recriá-los todos os dias.

Se o caminho é longo, o que importa,
Ao seu final aguarda a maior riqueza,
Na travessia impetuosa da Mudança,
O encontro natural da nossa certeza.

No lugar de bradar aos ventos,
Quero sussurrar ao teu ouvido,
Palavras de doçura e de alento,
Frases que invadem ao infinito.

Não será a cavalo, mas vindo num carro,
Não tenho armadura, somente as vestes,
Não há doença, apenas nossas crenças,
Não existe separação e sim a redenção.

Faces cruas exibindo vidas amargas,
Semblantes vívidos e medos difusos,
Quando a minha mão se fechar na tua,
Acenderemos até o lado escuro da Lua.

Um comentário:

Eneida disse...

Muito bonito!
Dos seus textos o que eu mais gostei,parabéns.